Esse texto é dedicado às mães que estão passando pelo puerpério ou prestes a passar. Afinal, todos estamos vivendo em meio a muitas dúvidas e questionamentos. Porém, aquelas que estão grávidas ou com bebês recém-nascidos em casa, principalmente as mães de primeira viagem, têm esses sentimentos potencializados devido às incertezas normais que cercam o universo da maternidade.
Ser mãe, nesse período de puerpério, é lidar com mudanças hormonais, emoções à flor da pele e cuidados necessários com você mesma e o bebê. Como é viver tudo isso quando o mundo inteiro está passando pela experiência inédita de confinamento mundial?
Puerpério na quarentena
Para compartilhar experiências e mostrar às recentes e futuras mães que vocês não estão sozinhas nessa, conversamos com duas mulheres que tiveram seus bebês em janeiro, momentos antes da quarentena ser oficializada no país – portanto, estão vivendo o puerpério em pleno isolamento social.
Beatriz Rezende é mãe de três e Marcela Rezende teve o seu primeiro filho. Dois cenários distintos para entendermos como cada uma está lidando. “Ouvir” histórias reais, que possibilitam uma identificação e empatia, pode ser o conforto necessário para este momento tão peculiar na vida das “gestantes da quarentena”.
Puerpério da Marcela na quarentena
Começamos contando sobre a Marcela, que deu à luz no dia 20 de janeiro, quando as maternidades ainda não haviam adotado as medidas de segurança, que limitam a visitação. O vírus ainda não havia chegado oficialmente ao país, mas ela e o marido optaram por não receber visitas nos dois primeiros meses, prazo para o Pedro tomar as principais vacinas do calendário. Por isso, receberam na maternidade somente a família.
Rede de ajuda na quarentena
Sabendo que teriam que abrir mão da ajuda de profissionais, ficaram em isolamento desde o início com a presença dos pais da Marcela. Afinal, quem não quer ter a mãe por perto nesse momento? E, no caso da Marcela, a quarentena está ainda melhor, pois sua irmã, que também teve bebê no mesmo período, está participando desse isolamento em família. E assim, criaram uma rede de ajuda interna e muito protegida.
Quando Pedro nasceu ainda estava tudo dentro da normalidade, e foi justamente o período que Marcela mais sentiu o puerpério, afinal, quem nunca ouviu que existe a depressão pós parto? Quando a quarentena começou, dois meses depois, ela já estava mais acostumada e segura com a maternidade e, consequentemente, mais tranquila em relação ao puerpério.
Como são as “visitas” nesse puerpério em confinamento?
Apesar de ter o núcleo familiar convivendo diariamente, os amigos e parentes menos próximos não estão visitando o bebê. Para amenizar essa distância e garantir que todos participem do seu crescimento, ela realiza chamadas de vídeo.
Até as visitas ao pediatra foram suspensas e, ao longo da quarentena, estão sendo realizadas pelo telefone. Somente as vacinas se mantêm ativas na vida do Pedro, que recebe todas as aplicações em casa.
Puerpério da Beatriz na quarentena
E é assim que a Beatriz Rezende também está fazendo neste período. As visitas ao pediatra foram canceladas e o mesmo orientou que as vacinas precisam ser realizadas em casa.
Para a Bia, o puerpério foi mais complicado no início por conta do seu filho mais velho, que sentiu muito e ela estava cansada demais para administrar a situação. Esse cenário durou por duas semanas e desde então o puerpério tem sido um dos melhores, mesmo vivendo em plena quarentena. Sem saber definir se é por ser o terceiro filho, o que te liberta de muitas inseguranças, ou pelo fato de estarem todos juntos em casa, ela se sente mais tranquila em comparação às vezes anteriores, quando ela ligava muito para o marido apressando a sua volta para casa no dia a dia.
Tarefas de casa
Bia desabafou que a casa está um caos, mas neste momento ela está priorizando as tarefas que consegue fazer, sem se culpar pelo restante. Ela está guardando sua energia para curtir o momento em família, nunca antes vivido com tamanha intensidade, e que nunca imaginou que gostaria tanto, apesar de todos os conflitos que esse confinamento pode gerar.
Escola à distância nesse momento, como lidar?
Aliás, um dos conflitos que muitos pais estão com dificuldade está associado ao quesito ‘escola à distância’ dos filhos. Para Bia, uma decisão difícil, porém necessária, foi encarar que eles farão as atividades escolares que forem possíveis, sem muitas cobranças de ambos os lados. José tem 6 anos e ainda precisa de suporte, por não saber ler, o que gera uma demanda nem sempre atendida pelos pais – que estão se dividindo ao longo do dia para conciliar tudo, incluindo o home office do marido.
Solidariedade
Enfim, duas histórias reais que certamente se multiplicam mundo afora, cada uma com a sua realidade e características, porém todas com a mesma incerteza. Como será o mundo depois disso tudo… Uma coisa é certa, o companheirismo e a solidariedade terão mais valor do que nunca. Fechamos esse momento de troca com mensagens deixadas por essas duas mães de verdade, que colocam o amor acima de tudo.
Mensagens de mãe para mãe
Marcela Rezende
“É complicado pedir calma num momento tão delicado. Principalmente para as mães de primeira viagem. São muitas emoções e coisas novas ao mesmo tempo. Ainda mais tendo este vírus na nossa vida, o nível de preocupações aumenta consideravelmente. Porém, é importante priorizar e viver um dia de cada vez. O primeiro passo é confiar nos profissionais da saúde e tomar todas as providências necessárias de precaução. Após a chegada em casa é preciso paciência, os bebês demandam muito e cada dia é diferente, principalmente no início. Troque não somente com o pediatra, mas também com outras mães, ajuda muito saber que a maternidade é bem parecida para quase todas nós e a grande maioria de tudo que sentimos e passamos é normal e vai passar. O mais importante, aproveite muito cada dia pois eles crescem rápido (mesmo sendo uma frase clichê é a mais pura verdade). E se prepare porque o amor da maternidade é algo inexplicável!”, Marcela Rezende
Beatriz Rezende
“Diria para as mães que tenham muita força, mas principalmente, diria aos pais que cuidem muito das suas mulheres, porque é uma fase onde ficamos extremamente sensíveis por causa dos hormônios. Imagina com toda essa questão da quarentena? Então, papais, façam tudo e mais um pouco para deixar as mamães mais tranquilas possível. Cuidem da casa e da comida, deem banho no bebê, deixem ela descansar sempre que possível e cuidem dela. Deem muito carinho porque é uma fase onde todo mundo só quer saber do bebê e se esquece da mãe. O puerpério, por mais ajuda que se tenha, é um momento muito solitário. As madrugadas amamentando, o bebê demandando, são mudanças muito bruscas na vida, que por mais que a gente escute isso durante a gravidez inteira, só sabemos mesmo quando vivemos. O puerpério já é uma quarentena, agora todos que não são mães estão sabendo o que é passar por isso. E para essas mamães novas vai ser muito bom passar suas quarentenas acompanhadas”. Beatriz Rezende
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Fotos Marcela Rezende | Fernanda Bozza