Em janeiro de 2019, foi instituído que julho é o mês de combate às hepatites virais, sendo intitulado de Julho Amarelo. Desde então, a campanha é realizada anualmente em todo o território nacional.


Hepatites Virais, Julho Amarelo


Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é uma inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.


Hepatites virais: o que são?


Sintomas gerais das hepatites virais


O Ministério da Saúde alerta que as hepatites virais são doenças silenciosas, que nem sempre apresentam sintomas, por isso é tão importante estarmos em dia com exames de rotina, pois neles identificamos qualquer anormalidade.


Quando os sintomas aparecem, podem ser:


  • Cansaço;
  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Tontura;
  • Enjoo;
  • Vômitos;
  • Dor abdominal;
  • Pele e olhos amarelados;
  • Urina escura;
  • Fezes claras.


Hepatites virais mais comuns no Brasil


No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda os vírus D e E, sendo que o último é mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil, segundo a pasta, são portadoras do vírus B ou C e não sabem.


“Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a hepatite.”, destaca o Ministério.


Hepatites Virais: prevenção


Os tipos de hepatites virais


Como citamos acima, os tipos mais comuns no Brasil são A, B e C, portanto vamos priorizá-los nesse texto. 


1) Hepatite A 


A hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírus A (VAH). Ela também é conhecida como “hepatite infecciosa”. 


Transmissão


Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre os indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus.


Como é feito o diagnóstico?


Quando há sinais e sintomas sugestivos da doença e o exame físico é compatível, são solicitados exames de sangue. Havendo a confirmação de que há anticorpos anti-HAV, o profissional de saúde indicará o tratamento mais adequado para o paciente – ele pode variar de acordo com o quadro de saúde que cada um apresenta. 


Vale destacar que a doença é curável, contanto que o paciente siga todas as recomendações médicas. A hepatite A é uma doença de caráter benigno na maioria dos casos. Apenas 1% dos casos apresenta insuficiência hepática aguda grave e pode ser fulminante. Portanto, não há motivo para pânico, mas sim o cuidado de seguir todas as recomendações médicas.


Prevenção 


A principal forma de prevenir a hepatite A é a higienização e saneamento básico que listamos abaixo:


  • Após utilizar o banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos, lavar as mãos;
  • Alimentos que são consumidos crus devem ser lavados com água tratada, clorada ou fervida e ficar de molho por 30 minutos, preferencialmente numa solução com hipoclorito de sódio;
  • Mariscos, frutos de mar e carne de porco, principalmente, devem ser bem cozidos antes do consumo – por isso, indicamos consumir esse tipo de produto em estabelecimentos de confiança;
  • Pratos, copos, talheres e mamadeiras devem ser lavados adequadamente;
  • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de esgoto a céu aberto; 
  • Havendo doente com hepatite A em casa, utilizar hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária para lavar o banheiro.

Creches, escolas e construções

  • Creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas devem adotar medidas rigorosas de higiene: desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária;
  • Não construir fossas próximas a poços e nascentes de rios, evitando, assim, comprometer o lençol d’água que alimenta o poço;
  • Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa seca, e de 45 metros para demais focos de contaminação como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros. 

Vacina


A Vacina contra Hepatite A é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde. Nas Unidades Básicas de Saúde, está disponível para crianças de 1​5 meses a ​4 anos, 11 meses e 29 dias de idade. Para adultos, ela só é recomendada em situações especiais, nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda duas doses. A primeira a partir de 12 meses de vida. A segunda deve ser aplicada depois de 6 meses da 1ª dose. 


Essas situações incluem pessoas com algumas condições clínicas de risco para a hepatite A: doenças crônicas do fígado, inclusive portadores do vírus da hepatite C e portadores crônicos do vírus da hepatite B; distúrbios de coagulação, pacientes com HIV/Aids; imunodeprimidos por doença ou tratamento; doenças de depósito; fibrose cística; trissomias; candidatos a transplante de órgão sólido; transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; doadores de órgão sólido ou de medula óssea; hemoglobinopatias.


2) Hepatite B


Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga. É considerada uma doença sexualmente transmissível, pois o VHB está presente no sangue, esperma e leite materno. Portanto, as devidas proteções nas relações sexuais são fundamentais para evitar transmissão e contágio. 


A hepatite B pode se desenvolver de duas formas


As duas formas são: aguda e crônica. Quando a infecção tem curta duração, é considerada aguda. A forma crônica é quando a doença dura mais de seis meses e está associada à idade na qual ocorre a infecção – as crianças são as mais afetadas. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre 1 e 5 anos, varia entre 20% e 50%; em adultos, o índice cai para 5% a 10%.


Transmissão


Listamos a seguir as principais formas de transmissão:


  • Relações sexuais sem camisinha com pessoa infectada;
  • Mãe passar para o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação;
  • Compartilhar materiais como seringas, agulhas ou cachimbo – todos para consumo de drogas;
  • Confeccionar tatuagens e colocação de piercings;
  • Compartilhar objetos de higiene pessoal como lâminas de barbear e depilar, escovas de dentes, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam;
  • Transfusão de sangue contaminado.

Como é feito o diagnóstico? 


Por meio de exames de sangue específicos. O tratamento é indicado pelo médico após o resultado positivo. Além dos medicamentos (quando necessários), uma das indicações é o corte do consumo de bebidas alcoólicas pelo período mínimo de seis meses, além de remédios para aliviar sintomas como vômito e febre. Siga todas as recomendações médicas, assim sendo, o tratamento será eficaz.


Prevenção 


Programa Nacional de Imunizações (PNI)

É fácil evitar a hepatite B por meio da vacinação – as três doses indicadas para o combate da doença são fundamentais para que a imunização seja efetiva. Para a vacinação rotineira de crianças, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) adotou o esquema de quatro doses: uma dose em formulação isolada ao nascimento e doses aos 2, 4 e 6 meses de vida, incluídas na vacina pentavalente de células inteiras.


Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam os esquemas de quatro doses (adotado pelo PNI) ou de três doses: ao nascimento, em formulação isolada, e aos 2 e 6 meses de vida, como parte da vacina hexavalente acelular. Para crianças mais velhas, adolescentes e adultos não vacinados no primeiro ano de vida, o PNI, a SBP e a SBIm recomendam três doses, com intervalo de um ou dois meses entre primeira e a segunda doses e de seis meses entre a primeira e a terceira.


Em bebês prematuros, deve fazer obrigatoriamente 4 doses em RNs menores de 2000g e com idade gestacional menor do que 33 semanas. Em mães soropositivas para hepatite B, o bebê deve receber a primeira dose ao nascer juntamente com a imunoglobulina. 


Outros meios de prevenção

Esses fazem parte do nosso dia a dia: usar preservativo em todas as relações sexuais, não compartilhar objetos de uso pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure), assim como equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.


Vale destacar que a rede de saúde pública disponibiliza preservativos. Ligando para o Disque Saúde (136), você tem todas as informações necessárias para fazer a retirada.


Gestantes 

Para as gestantes, a prevenção está em fazer o pré-natal e os exames para detectar a hepatite, HIV e sífilis – fundamentais para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso ela não tenha sido vacinada contra hepatite B ou, se mesmo imunizada, não apresenta a soroconversão (não adquiriu a imunidade) em exames laboratoriais, a aplicação é indicada ainda durante a gravidez. Caso algum dos exames do pré-natal indique a presença da infecção, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e amamentação. 


Vacina 


O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente a vacina contra hepatite B em qualquer posto de saúde para todas as pessoas. Sendo assim, todas as pessoas devem vacinar-se contra a hepatite B, trata-se de uma responsabilidade social. 


3) Hepatite C 


Ela já foi chamada de “hepatite não A não B” mas, hoje, é chamada de hepatite C e é causada pelo vírus C (HCV) que, assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue.


É caracterizada uma evolução para a forma crônica quando a infecção persiste por mais de seis meses, o que é comum em até 80% dos casos – por isso, mais uma vez destacamos a importância de consultar o médico e acompanhar o tratamento indicado com atenção. Cerca de 20% dos infectados cronicamente pelo HCV podem evoluir para cirrose hepática e cerca de 1% a 5% para câncer de fígado. 


Tratamento


O tratamento da hepatite C depende do tipo de vírus (genótipo) e do comprometimento do fígado (fibrose). Portanto, é necessária a realização de exames específicos, como a biópsia hepática nos pacientes sem evidências clínicas de cirrose e exames de biologia molecular. 


Transmissão 


Apesar de ser uma transmissão menos comum, também pode ser considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST) que pode ser passada de pessoa para pessoa em relações sexuais sem o uso de preservativos. 


Listamos a seguir as principais formas de transmissão:

  • Contato com sangue contaminado pelo compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos);
  • Reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou odontológicos e de manicures;
  • Reutilização de material para a realização de tatuagem;
  • Procedimentos invasivos (ex: hemodialise, cirurgia e transfusão) sem os devidos cuidados com a biossegurança;
  • Uso de sangue e seus derivados contaminados;
  • Relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum);
  • Transmissão de mãe para o filho durante a gestação ou parto (menos comum).

Prevenção 


Apesar de não existir vacina contra a hepatite C, não é difícil evitar a doença.


Vamos listar aqui as principais formas de prevenção: 


  • Não compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas e objetos cortantes);
  • Gestantes devem fazer todos os exames no pré-natal para detectar as hepatites B e C, além de HIV e sífilis. Esse cuidado é essencial para evitar a transmissão de mãe para filho, portanto, não deixe de fazer o pré-natal.

Fragilidades individuais e sociais

Entre elas, devemos considerar o uso de álcool e outras drogas, somadas à falta de acesso à informação e aos insumos de prevenção como preservativos, cachimbos, seringas e agulhas descartáveis. Havendo qualquer dúvida sobre o acesso aos insumos, lembramos que há o canal de informação do Disque Saúde (136), portanto, não hesite em consultá-lo sempre que for preciso. 


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