Dicas e necessidades essenciais da amamentação.


Mães e futuras mães, vamos falar sobre amamentação?
Também conhecida como “aleitamento materno”, a amamentação gera dúvidas e muita apreensão, principalmente às mães de primeira viagem. O tema é tão relevante que ganhou uma comemoração especial: o Agosto Dourado.
Nesse período, são realizadas diversas ações para incentivar e esclarecer mães e pais sobre os benefícios do aleitamento materno. Muitos deles, inclusive, têm reflexos positivos até a vida adulta, reduzindo riscos de muitas doenças.
Dra. Paula pauta sobre amamentação Pensando nisso, convidamos a Dra. Paula Lustosa, Pediatra e Especialista em Amamentação, para participar de uma entrevista em nosso blog. Confira o resultado, que traz informações relevantes sobre o tema e ficará disponível para consultas aqui no site.


Qual a importância da amamentação?


O leite materno é um alimento completo, capaz de fornecer todos os nutrientes que o bebê precisa até completar 6 meses de vida. Além de proporcionar crescimento e desenvolvimento saudáveis à criança, reduz, consideravelmente, a mortalidade infantil.
Além dessa função, a amamentação pode ser uma grande aliada no fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê. O Ministério da Saúde recomenda que o aleitamento seja feito até os 2 anos (mesmo que o processo de introdução alimentar já tenha sido iniciado) e que seja a única alimentação do bebê nos primeiros 6 meses de vida.
Uma mãe segurando o bebê e amamentando

Qual é o tempo ideal da amamentação?


Não existe um período específico. O mais importante é observar a eficácia da mamada, ou seja, se o bebê está mamando de forma satisfatória, independentemente de quanto tempo ele leva para isso. Um bom parâmetro para verificar se esse processo está fluindo bem é checar a quantidade de urina e revisar o peso do bebê na primeira semana de vida.
Banner com a seguinte frase: Avaliação gratuita. A caderneta de vacinação do seu filho(a) está em dia? No botão laranja está escrito: Quero verificar.

Quantas vezes o bebê pode mamar por dia?


O ideal é que o bebê mame em livre demanda. A capacidade do estômago do recém-nascido é pequena e, por isso, ele deve mamar muitas vezes, em pequenas quantidades.
Atenção! Apesar de não ter um tempo determinado para amamentação, bebês recém-nascidos não devem ficar com intervalos de tempo muito longos. Isso pode prejudicar o ganho de peso e trazer outras complicações como hipoglicemia ou icterícia (coloração amarela da pele e/ou olhos, causada por um aumento da bilirrubina na corrente sanguínea).

Como conseguir a pega correta?


O bebê tem reflexos de busca e sucção desde o nascimento. A boca do bebê deve estar aberta, com os lábios evertidos (popularmente conhecidos como “boca de peixe”) abocanhando a área da aréola (e não só o mamilo), com a língua posicionada corretamente entre o lábio inferior e a aréola, e deve promover uma vedação adequada para que a sucção seja eficaz.
Apesar do instinto, não é um processo automático e fácil. Muitas vezes, é preciso corrigir a pega para que não cause dor ou fissuras na mama. Se a mamada não estiver fluindo bem mesmo depois de uma avaliação e orientação, pode ser necessária uma análise criteriosa da boca do bebê, realizada por um profissional capacitado em amamentação.
Ele vai identificar possíveis fatores de risco que estejam prejudicando a mamada (freio lingual ou labial, por exemplo) e corrigi-los.

As fases do leite materno


O leite materno possui vitaminas, minerais, gordura, água e outros componentes, de acordo com a necessidade de cada bebê. Sua produção é dividida em 3 estágios, sendo eles:
  • Colostro: produzido durante os últimos meses de gestação. É caracterizado por sua cor amarelada e pelo alto índice calórico e nutritivo, que alimenta o bebê até os primeiros 4 dias pós-parto. É responsável, também, por contribuir para a maturação do trato gastrointestinal, estimular o sistema imune do bebê e, consequentemente, criar anticorpos que previnem alergias ou diarreia, por exemplo.
  • Leite de transição: geralmente, o leite de transição é produzido entre o 7º e 21º dia de nascimento e é rico em gorduras e carboidratos, ajudando no ganho de peso do bebê.
  • Leite maduro: nesse estágio, após o 21º dia de nascimento, o leite já está maduro e equilibrando os nutrientes necessários que são oferecidos ao bebê.
     

Como melhorar a produção do leite?


Uma das maiores preocupações de toda mãe é ter a certeza de estar produzindo a quantidade necessária de leite para seu bebê. Confira algumas maneiras de estimular essa produção:
  • Amamentar logo após o parto: a sucção feita pelo bebê funciona como um alerta ao corpo da mãe, que, na maioria das vezes, produz leite em maior quantidade.
  • Retirar o leite: geralmente, as mães produzem 1/3 a mais de leite do que os bebês precisam. Esse excesso pode ser estocado para situações em que a mãe precisar se ausentar ou doado para algum banco de leite humano e, futuramente, ajudar bebês prematuros. O leite pode ser retirado de forma manual ou utilizando uma bomba para auxiliar.
Uma mãe fazendo retirando o leite para armazenar  
  • Amamentar frequentemente: quanto menor for o intervalo entre as mamadas, maiores serão as chances da mãe aumentar sua produção de leite. Lembrando que o mais indicado é seguir a livre mamada, com o intervalo máximo de 3 horas entre uma e outra.
  • Manter uma alimentação equilibrada: uma alimentação regrada e saudável é essencial. Afinal, tudo o que se come vai direto para o bebê. Além disso, é uma maneira de evitar que a mãe fique com alguma deficiência nutricional, tendo em vista que o leite é altamente nutritivo e esses nutrientes são oriundos do organismo materno.

Quais os benefícios da amamentação?


Para o bebê:


  • O leite materno é uma fonte de energia, vitaminas e minerais, com ênfase para o ferro, que evita o surgimento de alguma anemia;
  • Proteção contra bactérias e alergias comuns na infância, além do fortalecimento do sistema imune.

Para a mãe:


  • Reduz o risco de depressão pós-parto, de desenvolver câncer de mama e de ovário;
  • Fortalece o vínculo e o laço afetivo com a criança e ajuda a melhorar a comunicação entre mãe-bebê.

Quem amamenta pode menstruar?


O ciclo menstrual no pós-parto pode variar entre as mulheres. Geralmente, a primeira menstruação costuma atrasar devido ao hormônio chamado prolactina produzido durante a amamentação, que bloqueiam a ovulação.
Ainda assim, a irregularidade desse ciclo não funciona como contraceptivo. O ideal é conversar com o seu ginecologista para ter as melhores orientações. Isso vale, também, para mulheres que tiverem algum tipo de sangramento durante o período de aleitamento.

O que é amamentação em tandem?


É quando a mãe amamenta dois (ou mais) filhos em idades diferentes. Não há recomendação para que a mulher pare de amamentar um filho por ter uma nova gestação, a não ser que a mulher apresente sinais ou sintomas de risco para parto prematuro.
Após o nascimento do filho mais novo, a mulher pode manter a amamentação dos dois, desde que priorize sempre o bebê mais novo, que depende exclusivamente do leite materno até os 6 meses de vida. Se o bebê mais novo está apresentando bom crescimento e desenvolvimento, a mulher pode manter a amamentação em tandem enquanto desejar.
Uma mãe segurando sua filha no colo enquanto a amamenta

O que é reflexo de ejeção?


O fluxo de leite materno durante a mamada do bebê acontece por reflexos e não de forma contínua. Isso pode ser percebido pela mãe – conforme a mudança na forma e no ritmo da sucção do bebê -, o que pode ajudá-la a identificar as mamadas eficazes, quando deve oferecer outra mamada ou quanto tempo leva a mamada, por exemplo.

Qual a importância do pré-natal?


O pré-natal é o momento ideal para iniciar o vínculo da futura mãe com o pediatra, que vai esclarecer todas as dúvidas, desde o processo de amamentação até questões como o parto, as vacinas, os testes (Pezinho, Orelhinha etc.).

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Amamentação x CLT. Qual o direito de amamentação?


Toda mulher tem direito a 120 dias de licença-maternidade. Algumas empresas do programa “Empresa Cidadã” fornecem mais 60 dias, chegando ao total de 6 meses de licença. Além disso, a mulher tem direito à licença-amamentação, que pode incluir 2 períodos de 30 minutos por dia, durante a jornada de trabalho, até o bebê completar 6 meses de vida, ou mais 15 dias corridos após o fim da licença-maternidade, dependendo da empresa empregadora.
Portanto, mãe, não deixe de se informar com o seu médico! Esse é o primeiro passo para que a sua experiência seja maravilhosa.
“Toda mulher é capaz de amamentar seu bebê. A principal ferramenta para isso é a informação!” – Dra. Paula Lustosa (Pediatra e Especialista em Amamentação)

Como funciona e como solicitar atestado de amamentação?


Qualquer médico pode fornecer o atestado de amamentação. O mais comum é que o próprio pediatra que acompanha o bebê forneça o atestado à mãe, para que ela possa dar entrada na licença-amamentação junto ao RH da empresa.
É importante saber que essas informações a respeito dos direitos da amamentação no âmbito trabalhista, dos quais o atestado de amamentação faz parte, podem variar de acordo com cada estado.

Importante:


Você pode tirar suas dúvidas e fazer os agendamentos dos exames e vacinas desejados diretamente no aplicativo da Beep Saúde. É só clicar aqui para baixar!
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Fontes:
Cordvida | SBP | Baby Home | Manual MSD |
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