O que é o Rhophylac – anti-Rh(D)?


Rhophylac, conhecida também como anti-Rh(D), é uma solução injetável de imunoglobulina humana anti-Rh(D), anticorpo imunológico destinado a pacientes com fator RhD negativo. É aplicada principalmente em gestantes RhD negativas (tipagem sanguínea negativa).

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uma mulher grávida recebendo aplicação de uma vacina - rhophylac


O que é fator Rhesus tipo D (RhD)?


O fator RhD é uma proteína, chamada de antígeno D. Ela está ligada aos glóbulos vermelhos, e pode ou não estar presente no sangue humano. No primeiro caso, considera-se que a pessoa possui RhD positivo (Rh +). No segundo, considera-se que a pessoa é RhD negativo (Rh -).
No Brasil, aproximadamente 90% da população é RhD positivo. Compõe a tipagem sanguínea como exemplo tipo de sangue O negativo indica que a pessoa é na tipagem ABO do grupo O e no fator RhD negativo.

Como funciona a imunoglobulina humana anti-Rh(D)?


As imunoglobulinas são proteínas produzidas pelo nosso sistema imune, que agem como anticorpos, circulando pelo sangue e atuando ativamente na defesa do organismo.
A imunoglobulina humana anti-Rh(D), particularmente, age contra características especiais das células vermelhas do sangue.
De maneira mais simples, isso significa que quando uma pessoa RhD negativo recebe sangue RhD positivo, seu sistema imunológico reconhece as células RhD positivo como “corpos estranhos” e tenta destruí-las. A função da imunoglobulina anti-Rh(D), nesse contexto, é neutralizar o fator RhD.
Quando isso ocorre durante a gravidez (mãe com fator RhD negativo e bebê com fator RhD positivo) e o sangue do feto entra na corrente sanguínea da mãe, as defesas maternas entendem o fator RhD positivo do bebê como um invasor.
Consequentemente, produzem anticorpos anti-RhD para combatê-lo. Se eles atravessarem a placenta, aumenta-se consideravelmente o risco do feto desenvolver Doença Hemolítica Perinatal (DHPN) – conhecida antigamente como Eritroblastose Fetal, que é uma doença potencialmente grave.

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Para quem é indicado?


O tratamento com Rhophylac é indicado para
  • Mulheres que tenham RhD negativo e estejam grávidas ou tenham acabado de dar à luz a um bebê RhD positivo;
  • Mulheres RhD negativo que tenham abortado ou tenham ameaça de abortamento;
  • Casos em que a gravidez tem complicações graves, como gestação fora da cavidade uterina (gravidez ectópica) ou desenvolvimento de tumor do tecido da placenta, ou das membranas;
  • Situações em que exista a possibilidade de que sangue do bebê tenha passado para o sangue da mãe (chamado de hemorragia transplacentária). Isso pode ocorrer, por exemplo, se a mulher tiver algum sangramento vaginal durante a gravidez;
  • Casos em que o médico tenha necessidade de realizar testes – como amniocentese e biópsia coriônica – para verificar se há deformidades no feto;
  • Casos em que o médico ou enfermeiro tenha necessidade de realizar uma manobra para fazer a cabeça do bebê virar em direção à pélvis;
  • Casos em que a mulher tenha algum trauma abdominal;
  • Casos em que uma pessoa RhD negativo acidentalmente recebe transfusão de sangue cujo fator RhD é positivo (transfusão incompatível) ou outros produtos contendo células vermelhas do sangue RhD positivo.

Dosagem de Rhophylac


A dose de Rhophylac será determinada de acordo com o nível de exposição do sangue RhD negativo ao sangue RhD positivo, tendo como base a proporção de que 1mL de sangue RhD positivo é neutralizado por, aproximadamente, 10mcg (50 UI) de imunoglobulina anti-Rh(D).
Quando o Rhophylac é indicado para evitar que as mulheres grávidas com sangue RhD negativo criem anticorpos contra o sangue RhD positivo de seus fetos, a posologia deve ser estabelecida de acordo com as seguintes situações:
  • Profilaxia pré-natal


Recomenda-se a aplicação de uma dose única de 300mcg, preferencialmente entre a 28º e 30º semana de gestação. Contudo, mesmo que a gravidez esteja adiantada, a dose deve ser aplicada normalmente, independentemente da semana. A aplicação é por injeção na veia ou no músculo.
  • Complicação na gestação após profilaxia pré-natal


Recomenda-se a aplicação de uma dose única de 300mcg logo após ocorrer a complicação por meio de aplicação intramuscular ou intravenosa. Havendo necessidade, a administração de Rhophylac deve ser repetida a cada 6 a 12 semanas até o momento do parto.
  • Profilaxia pós-parto


Recomendado dose única de 300mcg por meio de aplicação intramuscular ou intravenosa. Deve ser administrado em até 72 horas após o nascimento de uma criança RhD positivo. Entretanto, passando esse prazo, a aplicação deve ser feita do mesmo jeito o mais rápido possível.
Se a mãe já recebeu a dose de Rhophylac anteriormente durante um quadro de profilaxia pré-natal, ela deve receber novamente a profilaxia pós-parto.
  • Transfusões incompatíveis de hemácias em pacientes RhD negativo


Recomendado dose de 20mcg de imunoglobulina a cada 2ml de transfusão de sangue RhD positivo ou 1ml de eritrócito (hemácias). Nesse caso, a aplicação deve ser via intravenosa, porém, se for necessário ser aplicado via intramuscular, a dose deve ser maior e por mais dias.
O médico irá determinar a dose de acordo com o quadro e a necessidade do paciente. É necessário fazer acompanhamento a cada 48 horas para verificar as hemácias RhD positivo e aplicar Rhophylac até que todos os eritrócitos RhD positivo estejam livres da circulação.
Em casos de transfusão de sangue incompatível, deve ser aplicado uma dose máxima de 3000mcg, independente do volume de sangue RhD positivo recebido.

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Quais são as contraindicações do Rhophylac?


  • Pessoas que tenham quadro de alergia à imunoglobulina humana ou a qualquer um dos componentes do medicamento; 
  • Pessoas que tenham algum transtorno de coagulação ou uma grave queda no número de plaquetas. Nesse caso, o paciente pode receber o Rhophylac, desde que sua aplicação seja feita apenas via intravenosa.

Quais são as reações adversas e possíveis efeitos colaterais?


Apesar de não ser muito comum, o Rhophylac pode causar reação como qualquer outro medicamento. Quando a aplicação é intramuscular, o paciente pode sentir dor e sensibilidade na região.

Os eventos mais comuns são: 

  • Dor e sensibilidade no local da injeção. 

Reações raras: 

  • Febre; 
  • Calafrios; 
  • Mal-estar; 
  • Dor de cabeça; 
  • Manchas na pele; 
  • Coceira; 
  • Náusea e/ou vômito; 
  • Pressão baixa; 
  • Batimento cardíaco acelerado; 
  • Dor articular; 
  • Dificuldade respiratória; 
  • Anafilaxia. 

Cuidados necessários quanto ao uso do Rhophylac


  • A aplicação do Rhophylac no período pós-parto deve ser feita somente na mãe, não deve ser aplicado no recém-nascido;
  • Pessoas que já sejam RhD positivo ou que já estejam imunes ao antígeno RhD não devem receber aplicação de Rhophylac;
  • Se o paciente tiver níveis baixos de IgA, terá mais chances de apresentar sinais de alergia, como: erupção cutânea, urticária, dificuldade respiratória, etc. Caso isso ocorra, procure seu médico ou a emergência para investigar e tratar;
  • Pessoas que possuam o IMC maior ou igual a 30, é recomendado receber a dose de Rhophylac via intravenosa;
  • Informe ao seu médico caso faça algum tipo de dieta com controle de sódio, pois a dose Rhophylac pode conter até 11 mg de sódio;
  • O Rhophylac possui albumina humana em sua composição, sendo considerado um agente do doping.

Importante:


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Fontes:
Biblioteca Virtual em Saúde