“Gostinho de infância”. Certamente, você já ouviu essa expressão, não é? Pode parecer clichê, mas essa fase é uma das mais marcantes de nossas vidas. Além das inúmeras lembranças, é um período marcado pela curiosidade, que desperta aquela vontade de experimentar tudo… especialmente as comidas!
Não há sensação melhor do que saborear alguma receita pela primeira vez. Mas é preciso ter cuidado com o que as crianças consomem: segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), aproximadamente 6% dos indivíduos menores de 3 anos no mundo sofrem com algum tipo de alergia alimentar.
No Brasil não há estatísticas oficiais, porém estima-se que 8% das crianças, com até 2 anos, tenham algum tipo de alergia associada a um alimento.
A alergia alimentar é caracterizada como uma resposta anormal do nosso organismo a alguns componentes presentes nos alimentos.2 No primeiro contato com essas substâncias, produzimos um tipo de anticorpo denominado imunoglobulina E (IgE), causando mais sensibilidade ao alimento. O resultado disso são reações alérgicas, que podem ocorrer na pele, no sistema digestório ou respiratório.
Essa reação é desempenhada pelo sistema imunológico, que também protege nosso corpo contra moléculas e microrganismos potencialmente nocivos, como bactérias, vírus e toxinas.
É importante ressaltar que, apesar de terem sintomas semelhantes, alergia alimentar e intolerância alimentar são duas respostas diferentes do nosso organismo. Ambas se enquadram no que chamamos de Reações Adversas a Alimentos (RAA)2, mas, no primeiro caso, o corpo cria a IgE e entende o alimento como uma espécie de agente agressor. Já no segundo caso, o alimento não é digerido corretamente e, consequentemente, o corpo responde com uma série de sintomas, sobretudo no sistema gastrointestinal.
Dois bons exemplos disso são a alergia à proteína do leite e a intolerância à lactose. A alergia se dá porque o organismo reage às proteínas do leite de vaca, enquanto a intolerância ocorre devido à falta de uma enzima no sistema gastrointestinal – enzima lactase – cuja função é quebrar a lactose, facilitando sua absorção. Na ausência dessa enzima, a lactose não absorvida pelo corpo pode ser fermentada, causando, principalmente, diarreia, inchaço na barriga e dores na região abdominal.
Todo alimento pode causar alergia, mas existem alguns que desencadeiam reações alérgicas com mais frequência. São eles:
Estes alimentos são responsáveis por 90% de todas as reações alérgicas em crianças em países desenvolvidos.
Verdade! É possível que a alergia alimentar surja ainda nos primeiros meses de vida. Na maioria dos casos, o principal motivo está relacionado aos alimentos ingeridos pela mãe, levando em consideração que os bebês são alimentados exclusivamente pelo leite materno até completarem 6 meses. Os sintomas mais comuns são os gastrointestinais (cólicas exacerbadas e sangue nas fezes, por exemplo), mas, em alguns casos, os lactentes também apresentam reações cutâneas (urticárias, dermatites atópicas).
Existe uma variedade enorme de sintomas que indicam uma alergia alimentar. Eles vão de reações leves, como placas vermelhas pelo corpo, até reações mais graves, que podem levar a óbito. Dentre esses sintomas, destacam-se:
ATENÇÃO! O choque anafilático – também conhecido como anafilaxia – não se caracteriza apenas quando as reações ocorrem no sistema cardiovascular. O acometimento de dois ou mais sistemas, por causa da alergia alimentar (ex.: cutâneo e gastrointestinal), é considerado uma reação anafilática. Nesse caso, procure a emergência e peça ajuda a algum profissional da saúde.
O diagnóstico da alergia alimentar pode ser feito laboratorialmente, associando anamnese e exame físico. Para isso, podem ser realizados: teste para detecção do anticorpo IgE (conhecido como “Teste in Vitro”, cuja finalidade é dosar a IgE produzida contra um determinado componente alimentar); teste cutâneo ou Prick Test (cujo objetivo é detectar a sensibilidade do organismo aos componentes alimentares testados); auxílio nutricional, por meio de uma dieta de restrição, em que o paciente deverá evitar os alimentos que tenham componentes suspeitos. Para crianças, a dieta não deve ser prolongada.
Por fim, depois de passar por todas as etapas citadas anteriormente, sob a orientação de um médico, é realizado um teste de provocação oral, em que o indivíduo deverá consumir o alimento que tenha o componente suspeito. Caso os sintomas reapareçam depois desse teste, confirma-se o diagnóstico de alergia alimentar.
Entretanto, não existe uma cura para a alergia alimentar. A alergia a alimentos como leite, ovo, trigo e soja costumam sumir até a segunda década de vida. Alergias a amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar são mais persistentes e podem continuar durante toda a vida.
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Referências:
Não há sensação melhor do que saborear alguma receita pela primeira vez. Mas é preciso ter cuidado com o que as crianças consomem: segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), aproximadamente 6% dos indivíduos menores de 3 anos no mundo sofrem com algum tipo de alergia alimentar.
No Brasil não há estatísticas oficiais, porém estima-se que 8% das crianças, com até 2 anos, tenham algum tipo de alergia associada a um alimento.
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Mas o que é alergia alimentar?
A alergia alimentar é caracterizada como uma resposta anormal do nosso organismo a alguns componentes presentes nos alimentos.2 No primeiro contato com essas substâncias, produzimos um tipo de anticorpo denominado imunoglobulina E (IgE), causando mais sensibilidade ao alimento. O resultado disso são reações alérgicas, que podem ocorrer na pele, no sistema digestório ou respiratório.
Essa reação é desempenhada pelo sistema imunológico, que também protege nosso corpo contra moléculas e microrganismos potencialmente nocivos, como bactérias, vírus e toxinas.
Alergia x intolerância alimentar: você sabe diferenciar?
É importante ressaltar que, apesar de terem sintomas semelhantes, alergia alimentar e intolerância alimentar são duas respostas diferentes do nosso organismo. Ambas se enquadram no que chamamos de Reações Adversas a Alimentos (RAA)2, mas, no primeiro caso, o corpo cria a IgE e entende o alimento como uma espécie de agente agressor. Já no segundo caso, o alimento não é digerido corretamente e, consequentemente, o corpo responde com uma série de sintomas, sobretudo no sistema gastrointestinal.
Dois bons exemplos disso são a alergia à proteína do leite e a intolerância à lactose. A alergia se dá porque o organismo reage às proteínas do leite de vaca, enquanto a intolerância ocorre devido à falta de uma enzima no sistema gastrointestinal – enzima lactase – cuja função é quebrar a lactose, facilitando sua absorção. Na ausência dessa enzima, a lactose não absorvida pelo corpo pode ser fermentada, causando, principalmente, diarreia, inchaço na barriga e dores na região abdominal.
Quais alimentos costumam causar alergia?
Todo alimento pode causar alergia, mas existem alguns que desencadeiam reações alérgicas com mais frequência. São eles:
- leite de vaca (e seus derivados);
- ovo;
- soja;
- frutos do mar;
- trigo;
- amendoim;
- castanhas.
Veja também: Causas e sintomas de uma alergia alimentar
Estes alimentos são responsáveis por 90% de todas as reações alérgicas em crianças em países desenvolvidos.
Alergia alimentar em bebês: mito ou verdade?
Verdade! É possível que a alergia alimentar surja ainda nos primeiros meses de vida. Na maioria dos casos, o principal motivo está relacionado aos alimentos ingeridos pela mãe, levando em consideração que os bebês são alimentados exclusivamente pelo leite materno até completarem 6 meses. Os sintomas mais comuns são os gastrointestinais (cólicas exacerbadas e sangue nas fezes, por exemplo), mas, em alguns casos, os lactentes também apresentam reações cutâneas (urticárias, dermatites atópicas).
Quais são os sintomas mais recorrentes de uma alergia alimentar?
Existe uma variedade enorme de sintomas que indicam uma alergia alimentar. Eles vão de reações leves, como placas vermelhas pelo corpo, até reações mais graves, que podem levar a óbito. Dentre esses sintomas, destacam-se:
- Reações na pele: coceira, inchaço nos olhos, nas orelhas e na boca;
- Reações no sistema gastrointestinal: diarreia e vômito imediatos; em casos não mediados pelo anticorpo IgE, os sintomas podem incluir, também, refluxo e perda de peso;
- Reações no sistema respiratório: falta de ar e chiado no peito. Indivíduos com quadro de asma não controlada são mais propensos a apresentarem esses sintomas, que vêm imediatamente após a ingestão do alimento, de modo súbito.
- Reações cardiovasculares: tontura, queda da pressão arterial, desmaios e arroxeamento dos lábios. Esses sintomas caracterizam o que chamamos de choque anafilático, que representa a forma mais grave de reação alérgica.
ATENÇÃO! O choque anafilático – também conhecido como anafilaxia – não se caracteriza apenas quando as reações ocorrem no sistema cardiovascular. O acometimento de dois ou mais sistemas, por causa da alergia alimentar (ex.: cutâneo e gastrointestinal), é considerado uma reação anafilática. Nesse caso, procure a emergência e peça ajuda a algum profissional da saúde.
Como diagnosticar e tratar a alergia alimentar?
O diagnóstico da alergia alimentar pode ser feito laboratorialmente, associando anamnese e exame físico. Para isso, podem ser realizados: teste para detecção do anticorpo IgE (conhecido como “Teste in Vitro”, cuja finalidade é dosar a IgE produzida contra um determinado componente alimentar); teste cutâneo ou Prick Test (cujo objetivo é detectar a sensibilidade do organismo aos componentes alimentares testados); auxílio nutricional, por meio de uma dieta de restrição, em que o paciente deverá evitar os alimentos que tenham componentes suspeitos. Para crianças, a dieta não deve ser prolongada.
Por fim, depois de passar por todas as etapas citadas anteriormente, sob a orientação de um médico, é realizado um teste de provocação oral, em que o indivíduo deverá consumir o alimento que tenha o componente suspeito. Caso os sintomas reapareçam depois desse teste, confirma-se o diagnóstico de alergia alimentar.
O tratamento pode ser:
- Medicamentoso, com o auxílio de anti-histamínicos em situações de emergência, durante a manifestação dos sintomas de alergia após a ingestão do alimento;
- Imunoterápico, com o uso de vacinas, prebióticos e probióticos, imunobiológicos (tratamentos em estudos);
- Nutricional, com a exclusão do alimento da dieta (tratamento preconizado até o momento).
Entretanto, não existe uma cura para a alergia alimentar. A alergia a alimentos como leite, ovo, trigo e soja costumam sumir até a segunda década de vida. Alergias a amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar são mais persistentes e podem continuar durante toda a vida.
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Referências:
- Senna SN et al. Achados epidemiológicos de alergia alimentar em crianças brasileiras: análise de 234 testes de provocação duplo-cego placebo-controlado (TPDCPCs). Arq Asma Alerg Imunol. 2018;2(3):344-350. [ASBAI]
- ASBAI, SBAN. Guia prático de diagnóstico e tratamento da Alergia às Proteínas do Leite de Vaca mediada pela imunoglobulina E. Rev Bras Alerg Imunopatol. 2012;35(6): 203-233. [ASBAI]
- Delves PJ. Considerações gerais sobre reações alérgicas [Internet]. Acessado em: 17 mai 2021. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/rea%C3%A7%C3%B5es-al%C3%A9rgicas-e-outras-doen%C3%A7as-relacionadas-%C3%A0-hipersensibilidade/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-rea%C3%A7%C3%B5es-al%C3%A9rgicas#v27305683_pt>. [Manual MSD – Versão Saúde para a família]
- Ministério da Saúde – Blog da Saúde. Alergia alimentar x intolerância [Internet]. Acessado em: 17 mai 2021. Disponível em: <http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/51654-alergia-alimentar-x-intolerancia#:~:text=Na%20alergia%20h%C3%A1%20uma%20resposta,surgem%20principalmente%20no%20sistema%20gastrointestinal.> [MINISTÉRIO DA SAÚDE]
- Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Alergia Alimentar em 6 perguntas e respostas [Internet]. Acessado em: 17 mai 2021. Disponível em: <https://asbai.org.br/alergia-alimentar-em-6-perguntas-e-respostas/>. [ASBAI]
- Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Alergia alimentar pode aparecer nos primeiros meses de vida [Internet]. Acessado em: 17 mai 2021. Disponível em: <https://asbai.org.br/alergia-alimentar-pode-aparecer-nos-primeiros-meses-de-vida-3/>. [ASBAI]
- Solé D et al. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 – Parte 2 – Diagnóstico, tratamento e prevenção. Arq Asma Alerg Imunol. 2018;2(1):39-82. [ASBAI]