O que é ser feliz para você? Desde sempre, a humanidade tenta definir esse termo abstrato, mas a verdade é que estamos falando sobre um dos conceitos mais subjetivos que existem. Segundo o dicionário, a felicidade é “uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar”. Para muitas pessoas, é algo simples: uma caminhada na praia com seu cachorro; uma tarde chuvosa fazendo um bolo com seus filhos; tomar banho ouvindo sua playlist preferida… No fim das contas, pouco importa a definição da palavra, mas sim a sensação que temos ao dizer “estou feliz!”.

O mais legal é que o nosso próprio corpo permite que a gente sinta esse bem-estar. Basta jogar um pouquinho de dopamina aqui, uma oxitocina ali, uma pitada de serotonina… Os chamados “hormônios da felicidade” são os responsáveis por autorregular as sensações (boas!) que experimentamos. Em alguns casos, quando temos deficiência desses agentes superpoderosos, ou quando eles oscilam muito com outros hormônios “negativos”, é necessário buscar a ajuda de um médico ou profissional da área psíquica.

Em tempos de crise, o que fazer?


Sabemos que são tempos difíceis, com desafios que nunca havíamos imaginado experimentar. Lá se vai um ano em que estamos vivendo uma das piores crises da humanidade e a sensação de estar pleno, tranquilo e até mesmo feliz, parece mais distante do que nunca. Mas nem tudo está perdido… Preparamos algumas dicas simples para te ajudar a recuperar e incentivar o bem-estar. Confira!

1) Dê uma pausa na conectividade


Em momentos difíceis, se alienar pode ser uma necessidade. O excesso de informações em tempos de pandemia pode causar angústia e/ou estresse. O físico espanhol lfons Cornellá criou o termo “infoxicação”, uma mistura de informação com intoxicação. O psicólogo britânico David Lewis criou o termo “síndrome da fadiga informativa” para nomear as reações de ansiedade, paralisação e dúvidas que surgem quando estamos diante de tantos estímulos que não damos conta de processar.

Por isso, nossa sugestão para enfrentar tempos difíceis é buscar liberar os tais hormônios “do bem” promovendo o relaxamento e tirando a sobrecarga do seu cérebro. Desligue o celular e os canais de notícias. Leia um livro, tente fazer uma atividade física, desenhe, escreva, assista a um filme com uma história leve e/ou que te faça rir.

2) Arrume a sua casa, seu quarto ou ambiente de trabalho


Pode parecer besteira, mas manter a casa arrumada traz vários benefícios: dá mais disposição e favorece a criatividade, otimiza o tempo e torna o dia e funcionamento da sua vida mais prático. Além disso, em termos de bem-estar e saúde, manter em ordem o lugar onde você vive diminui a ansiedade e a sensação de irritação.

A Universidade da Califórnia fez um estudo para analisar o nível hormonal de trinta casais de acordo com o estado de seus lares. O resultado? Aqueles que viviam em ambientes sujos e caóticos apresentaram maior índice de cortisol – o hormônio do estresse. Outra pesquisa feita por um órgão de saúde escocês concluiu que 3 mil das pessoas consultadas apontaram a limpeza doméstica como uma de suas atividades preferidas para reduzir a ansiedade. O segredo está na dopamina, um neurotransmissor do bem que é liberado quando sentimos recompensa: aquela sensação boa de “missão cumprida”!
 

3) Faça qualquer tipo de atividade física. Vale até dançar na sala!


Já é mais do que comprovado que a prática de alguma atividade física diminui a quantidade de cortisol, hormônio ligado ao estresse. Estudos mostram que bastam 10 minutos de exercícios para liberar as queridas endorfinas, o mais famoso hormônio do bem-estar. Elas funcionam como uma espécie de analgésico natural pro corpo, causando uma “breve euforia que mascara a dor física”. Os exercícios mais indicados são os aeróbicos e os menos aconselhados são os de competição, porque podem agravar o estresse. Como as atividades ao ar livre estão restritas, sugerimos pular corda (se você tem espaço em casa) ou algo mais simples, como dançar pela sala ao som de suas músicas preferidas. Divirta-se!


4) Tome um banho demorado


Estudos comprovam que o ato de tomar banho pode aliviar tensões e proporcionar o relaxamento. Se estiver um dia mais frio, tome um banho morno beeem demorado. O calor tem o poder de dilatar os vasos sanguíneos, o que contribui para o fluxo de sangue e oxigênio. Consequentemente, ajuda a relaxar os músculos e faz com que haja liberação de endorfinas, nossas grandes amigas do bem-estar.

Se estiver um dia quente, tome um banho gelado. A água fria ativa a circulação e favorece a irrigação sanguínea dos outros órgãos como o cérebro, por exemplo, deixando o corpo mais acordado e sendo um ótimo estimulante. Os banhos gelados também funcionam como uma espécie de terapia de choque leve: o cérebro libera endorfinas, estimulando a sensação de bem-estar.

5) Ligue para quem você gosta


O relacionamento com quem gostamos ajuda a liberar serotonina, hormônio ativado pelo emocional, quando você se sente significativo ou importante. Em tempos de isolamento, aumentou a prática de videochamadas, encontros por plataformas de reunião etc. Mas a ideia aqui é ligar para uma pessoa querida, sem recorrer a mensagens de celular e ligações de vídeo, que podem ser cansativas. A boa e velha chamada de voz já pode ajudar (e muito) na sensação de bem-estar.

6) Chore. Isso mesmo.


Às vezes, tudo que precisamos para nos sentirmos bem é nos desprender do que está nos deixando mal. Pode soar estranho e paradoxal, mas é como funciona a catarse. Quando desapegamos de um sentimento ruim, expulsamos aquilo que é “estranho à essência ou à natureza” de um ser. Uma pesquisa da Universidade de Berkeley, na Califórnia, mostrou que as pessoas que aceitam suas emoções negativas tendem a se prender menos a essas emoções e conseguem seguir em frente.

É como quando assistimos a um filme que nos emociona e nos faz chorar muito. Logo quando acaba, em geral costumamos nos sentir melhor, certo? Então, o princípio aqui é o mesmo. Automaticamente, acabamos fazendo uma limpeza por dentro.

Cuidado com a positividade tóxica…


Uma pauta que se tornou frequente nas redes sociais durante a pandemia foi a positividade tóxica. Recém-chegado, o termo fala sobre uma exaltação do positivo e tentativas frenéticas de reprimir o negativo, esbarrando na invalidação emocional. Se alguém te conta um problema, ou fala que está triste, responder com algo como “não fique assim, está tudo bem”, caracteriza o desmerecimento das emoções dessa pessoa.

Existe uma diferença entre estar feliz e ter uma atitude positiva a todo momento. Tudo na vida é validado pelo contraponto, portanto se você é feliz sempre, você nunca é feliz de verdade, já que você não experimentou o contrário a esse sentimento. Segundo a terapeuta e psicóloga britânica Sally Baker, “o problema com a positividade tóxica é que ela é uma negação de todos os aspectos emocionais que sentimos diante de qualquer situação que nos represente um desafio”.
 
Ou seja, é importante aceitar, compreender e acolher todos os nossos sentimentos – bons e ruins. Um estudo publicado no periódico Journal of Personality and Social Psychology testou a relação entre a aceitação emocional e a saúde psicológica em mais de 1.300 adultos no Colorado (EUA) e concluiu que aqueles que têm dificuldade em reconhecer suas emoções mais pesadas se sentem mais estressados psicologicamente. Por outro lado, as pessoas que geralmente permitem tais sensações relataram menos sintomas de desordem de humor. Lembrando sempre de buscar ajuda psicológica profissional em casos de sentimentos negativos em excesso.

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Fontes: Instituto de Psiquiatria do Paraná | UOL saúde | Calendarr Brasil | Instituto bem do estar | The British Psychological Society | O Globo | Caderno Ela | Tua Saúde | Minha vida |