A amebíase é uma doença que pode causar desconfortos gastrointestinais, como diarreia, dor abdominal e, até mesmo, perda de peso. Com um simples exame parasitológico de fezes é possível diagnosticar essa condição e tratar com o seu médico. Nesse artigo, vamos destrinchar tudo sobre a amebíase e como se prevenir dessa condição.

Ilustração com o protozoário causador da amebíase


O que é amebíase?


Trata-se de uma infecção causada por um protozoário, popularmente conhecido como ameba, chamado Entamoeba histolytica. Essa condição pode causar sintomas como diarreia com sangue, desnutrição, dor abdominal e até abscessos no fígado, pulmão ou cérebro. 

O que causa a amebíase?


Ela é causada pela ingestão da ameba ou, até mesmo, de um cisto dela. Isso pode ocorrer por meio do consumo de alimentos e líquidos contaminados.
A ocorrência da amebíase é mais frequente em localidades que possuem pouco ou nenhum saneamento básico, uma vez que a contaminação do solo pode chegar aos alimentos, lençóis freáticos e até mesmo afetar a água utilizada para consumo. 

Qual é a forma infectante da amebíase?


A amebíase é caracterizada pela presença, apenas, do protozoário Entamoeba histolytica. Embora existam outras formas semelhantes, como a Entamoeba dispar, Entamoeba coli e a Entamoeba moshkovskii, apenas a E. histolytica é capaz de gerar a doença. As outras são apenas colonizantes do intestino e não causam doenças.
Em um comparativo, foi descoberto que a E. dispar é aproximadamente 10 vezes mais comum que a E. histolytica. Além disso, há uma grande semelhança microscópica entre ambas, o que às vezes dificulta a realização de um diagnóstico assertivo. 
Apesar de tal similaridade, apenas a E. histolytica precisa ser tratada, uma vez que provoca doenças nas pessoas — enquanto a E. dispar não necessita de tratamento. 

O que a ameba pode causar no ser humano?


Dentre os diversos sintomas que a amebíase pode causar, destacamos:
  • Dor abdominal;
  • Dor ao evacuar;
  • Disenteria;
  • Perda de peso;
  • Febre;
  • Necrose intestinal;
  • Perfuração do cólon; 
  • Abscessos no fígado, pulmão ou cérebro. 

Apesar de existir uma vasta quantidade de sintomas, foi comprovado que cerca de 90% dos pacientes infectados com a Entamoeba histolytica não apresentam sinais ou sintomas. Aqueles que possuem, começam a senti-los entre a primeira e a quarta semana após a contaminação. 
Já os sintomas que envolvem o fígado, pulmão e cérebro, geralmente estão associados a uma forma mais agressiva e rara da amebíase. 
Nessa situação, o protozoário invade a parede do cólon, a atravessa e cai na circulação sanguínea. Assim, ele pode se alojar no cérebro, pulmão ou — o mais comum — fígado. 

Como se transmite a ameba?


A transmissão da amebíase ocorre pela via fecal-oral, ou seja, a partir da ingestão do parasita eliminado nas fezes por alguém que possui a ameba. Isso pode acontecer pelo contato com objetos contaminados, pela má higiene de um indivíduo infectado ou por relações sexuais anais. 
Pessoa lavando as mãos na pia para evitar a amebíase
Simples negligências do dia a dia abrem brechas para a contaminação, como, por exemplo, o hábito de não lavar as mãos. Em casos de indivíduos infectados, o fato de não realizar essa higiene permite a contaminação de objetos e de alimentos.

Quais são os fatores de risco para contrair amebíase?


Os fatores de risco para o surgimento da amebíase sintomática são:
  • Pessoas gestantes, idosos e bebês; 
  • Pacientes com câncer;
  • Estadia em locais com más condições sanitárias; 
  • Má nutrição;
  • Uso de corticoides;
  • Uso de medicamentos imunossupressores;
  • Uso excessivo de álcool;
  • Vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Como diagnosticar a amebíase?


O exame mais utilizado para o diagnóstico é o parasitológico de fezes. Além dele, o exame de sangue é outra possibilidade para a investigação, apesar de não ser recomendado em todas as situações. Já para a detecção dos abscessos nos casos mais agressivos, podem ser solicitadas: endoscopia/proctoscopia, ultrassonografia ou tomografia computadorizada
No caso do exame de fezes, é possível detectar a presença da Entamoeba histolytica por meio das amostras enviadas. Geralmente, envia-se mais de uma já que a ameba não é encontrada em todas as fezes.
Costumeiramente, o exame de sangue é solicitado quando acredita-se que a infecção também esteja em outros órgãos, como no fígado. Assim, avalia-se se há ou não a presença de anticorpos para a ameba em questão. Entretanto, ele indica a presença de tal proteção biológica para pacientes que já tiveram a doença no passado, mas que não estão atualmente infectados. 
Já a endoscopia ou proctoscopia tem como objetivo identificar a presença da ameba por meio de amostras aspiradas ou raspadas de áreas afetadas. Enquanto isso, as ultrassonografias e a tomografia computadorizada atuam como importantes ferramentas para diagnosticar os abscessos amebianos.  

É possível tratar a amebíase?


Felizmente, sim! O tratamento para essa condição é realizado com medicamentos específicos que devem ser prescritos pelo seu médico, uma vez que as estratégias terapêuticas se modificam de acordo com o grau de agressividade da ameba. 
É importante recordar que o tratamento deve ocorrer apenas quando houver infecção pela Entamoeba histolytica, mesmo que não haja sintomas aparentes. Isso porque há risco de desenvolver complicações e de contaminar terceiros. 
Aquelas amebas que não causam doenças não necessitam ser tratadas, uma vez que não apresentam riscos. 

Como se prevenir da amebíase?


Simples medidas, se adotadas no dia a dia, podem contribuir com a prevenção da contaminação por amebas: 
  • Lave as mãos após o uso do sanitário;
  • Lave bem os vegetais; 
  • Evite práticas sexuais que promovam o contato fecal-oral;
  • Promova a realização do exame parasitológico de indivíduos que dividam espaço com você;
  • Nos casos de infecção em instituições — como orfanatos, creches, quartéis, etc. — certifique-se que os indivíduos contaminados foram tratados;
  • Caso esteja infectado, não manipule alimentos. 

Acompanhado de tais orientações individuais, também é fundamental que tenhamos boas condições de saneamento básico, que impeçam a contaminação fecal da água e dos alimentos por meio de medidas de saneamento. Mais que isso, a educação em saúde se mostra como uma grande aliada no combate à contaminação dos recursos naturais.

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